IMPOSTO DE RENDA PARA UBER: COMO DECLARAR

O Uber, desde que chegou no Brasil, vem proporcionando rendimentos extras para milhares de trabalhadores autônomos.

Apesar de isso não ser mais novidade, muitas pessoas ainda têm vários questionamentos sobre como declarar esses recebimentos no Imposto de Renda.

Por isso, fizemos este artigo para mostrar tudo o que você deve preencher, ficha por ficha, item por item no Programa do IR, e responder às dúvidas mais frequentes.

Mas lembre-se: se você não quiser se preocupar com esse monte de regra complicada de que vamos falar agora, é só usar o IR Bot. 

Lá, basta responder a algumas perguntas bem simples sobre a sua vida financeira (fontes de renda, patrimônio, investimento etc) que, no final, a própria plataforma gera e envia a sua declaração para a Receita Federal – você não precisa sequer baixar o programa! 😉

Regras Gerais

Antes de começar a pôr a mão na massa, é fundamental que você conheça pelo menos as seguintes regras:

Regra n.º 1

Em primeiro lugar, saiba que o simples fato de você ter tido rendimentos por conta dos seus serviços como motorista de Uber não te obriga nem te desobriga de fazer a Declaração de Imposto de Renda, exceto se a parcela tributável do total recebido no ano-calendário tiver sido superior a R$ 28.559,70.

Se você ainda não sabe se é ou não obrigado a declarar, dá uma olhada neste nosso artigo em que explicamos o assunto em detalhes.

Regra n.º 2

Se você recebe do Uber como autônomo,  seus rendimentos podem ter  uma isenção de 40%.

Ou seja, apenas 60% do seu faturamento vai ser levado em conta como rendimento tributável.

Regra n.º 3

Se você não tiver recebido, em nenhum mês, mais de R$ 3.171,67, se preocupe apenas em fazer a sua Declaração Anual.

Porém, se você tiver tido, em um ou mais meses, rendimentos acima desse valor, além da declaração, você também precisará gerar e pagar o Carnê Leão até o último dia útil do mês seguinte ao mês em que isso tiver ocorrido.

E não esqueça de, antes de começar a fazer a sua Declaração de Imposto de Renda, ter em mãos o relatório de vendas emitido pelo Uber para saber quanto foi o seu faturamento em cada mês.

Como fazer o Carnê Leão

Se você descobriu que terá que gerar e pagar o Carnê Leão, acesse o e-CAC (Centro Virtual de Atendimento da Receita Federal), gere um código de acesso e faça seu login.

No login, entre as informações pedidas, vão ser solicitados os números dos recibos das últimas declarações – para saber como recuperá-los, leia este artigo.

Caso você não consiga, vai ser necessário ir a uma unidade física da Receita Federal. Mas lembre-se: antes disso, é preciso fazer um agendamento.

Acessando a página do e-CAC, selecione a opção “Meu Imposto de Renda”, no menu lateral esquerdo, e uma nova página será aberta no seu navegador. Nesta página, clique em “Acessar Carnê Leão”.

Se você estiver acessando pela primeira vez, você será direcionado para a seção “Configuração”, em que devem ser informados seus dados pessoais.

Em seguida, acesse a ficha “Identificação” e preencha o formulário se atentando a dois detalhes:

• em “Endereço profissional”, por você ser motorista, insira o seu endereço residencial; e
• na seção “Ocupações”, insira todas as suas profissões (não somente a de motorista) e especifique como principal a que te dá o maior faturamento.

Depois, selecione a ficha “Rendimentos” e clique em “Adicionar Rendimento”.

Na seção “Natureza”, insira “Trabalho Não Assalariado”; em “Data do Lançamento”, digite o dia em que aconteceu o recebimento do valor.

Especifique que foi recebido de pessoa física (a sua fonte pagadora são os seus passageiros), deixe em branco o campo “Recebido de” e, no campo “Beneficiário do Serviço”, marque “CPF Não Informado”.

No campo “Histórico”, basta informar que se trata de remunerações recebidas do aplicativo Uber, e, em “Valor”, insira o total da parcela tributável (60% do faturamento total).

Depois, é só clicar em “Incluir Rendimento”.

Agora, acesse a ficha “Plano de Contas” e, em “Despesas Dedutíveis – Livro Caixa”, adicione os seus custos dedutíveis pela Receita, como:

• aluguel do veículo;
• IPVA e taxas de licenciamento;
• limpeza;
• internet móvel;
• comissões para o aplicativo; e
• seguro do carro.

Em seguida, selecione a ficha “Pagamentos”, clique em “Adicionar Pagamento” e, na seção “Natureza”, insira os custos que você incluiu na ficha “Plano de Contas”.

Nesta ficha, vai ser necessário adicionar um item para cada custo que você quiser inserir.

A data do pagamento é o dia em que você efetuou a despesa; no histórico, pode inserir uma descrição da sua preferência; no campo “Valor”, informe a quantia exata que foi gasta, e, por último, clique em “Incluir Pagamento”.

Para gerar a DARF, acesse a ficha “Demonstrativos” e clique na imagem da impressora abaixo do valor que você acabou de incluir.

A DARF gerada não terá código de barras. Para saber como pagá-la, leia este nosso artigo.

Depois de efetuar o pagamento dessa DARF, volte para a ficha “Pagamentos” e inclua-a no seu Carnê Leão como “Imposto Pago” – assim, você evita o perigo de pagar Imposto de Renda em duplicidade quando for fazer a sua Declaração Anual. 

Passo a passo no Programa do IR

Ao acessar o Programa do IR, vá para a ficha “Rendimentos Tributáveis Recebidos de PF/Exterior”, e copie as mesmas informações da ficha “Demonstrativo” do Carnê Leão:

• na aba “Rendimentos do Trabalho Não Assalariado”, preencha apenas o total recebido em cada mês, sem especificar os titulares de pagamento, os beneficiários do serviço nem os seus CPF’s (deixe esses campos em branco);
• na aba “Outras Informações”, inclua o número da DARF e as despesas do livro caixa que você lançou no Carnê Leão de cada mês.

Se você recebe como MEI, leia este artigo em que falamos especificamente sobre isso.